terça-feira, novembro 01, 2005

à princesa com diadema de papoilas

pequenita moura

Um dia, em sonhos outros montei cavalo negro-azul e percorri fantasias, num cavalgar de coração. Procurava princesa encantada lá para os lados das terras quentes, de trigo e solidão. Encontrei menina triste, de olhares meigos e sorriso livre, nas margens verdes do Sorraia. Não lhe sei nome de moura, mas era princesa, quase sereia de cabelos negro-azul coroado de diadema de papoilas, . Sentados no dorso do cavalo-sonho, desenhávamos histórias em cada cegonha que voava, nas planuras do tremoço e do arroz. Perdi a minha princesa quando perdi o sonhar. O cavalo, esse continua por aí livre a cavalgar, nos olhos de cada menino guerreiro que constrói castelos no ar.
Continuo com sede, com sede de voar, sentado no cavalo negro-azul. Continuo a pintar papoilas, como se estivesse a afagar os seus cabelos, em noites quentes de luar…