terça-feira, junho 27, 2006

Cousas, Poucas...

Sei que andas por aí. (Ou talvez não?...Provavelmente, afinal, não sei. Sinto.). Por isso te escrevo. ( Mania minha de escrever saudade com palavras outras, saídas do impulso de te querer, Ver). Mas tenho cousas para dizer, Sem importância, Cousas poucas, Histórias do viver, Do meu ( que o teu, esse, não sei. Ou sei? Sinto). Passei o dia sentado, À janela a ouvir os sussurros das folhas, Encomenda, Do jornal, "O relato de uma folha, no antes de ser Outono". Durou o dia todo, mais a noite. Mas valeu a pena. Afinal as folhas, Todas, Partem da árvore para serem cor, Vestem-se assim, por nossa causa, (imagina. tu!) Dizem elas, que se não se vestirem de cor, ( daquela cor, só delas.) nós perdemos a capacidade de nos olharmos por dentro. O jornal, afinal, não se interessou pela reportagem, ( Era isto que te queria dizer, não outras cousas, essas, são a moldura de te querer por perto, Aqui, Comigo, Agora.) logo esta que me reportou tempos inteiros a escrever. Era cousa perfunda, Digo eu, Digo-te eu.
Paciência.

Beijos muitos

Ps: dize-me coisa qualquer. Tenho vazios de te ver.

terça-feira, junho 20, 2006

Carta, De chegar...

Escrevo-te, Hoje, Só hoje, Estive ausente, De mim, De ti. Não sei porque o faço, agora que cheguei, Só se escrevem cartas quando não estamos, Mas eu estou, Agora, Não sei por quanto. Sabes o quanto eu sou vagabundo de mim, Por isso sei que não estranhas só agora te escrever, Mas vi cousas outras que não tinha em mim. Vivi na inquietação da descoberta, Talvez por isso tenha perdido as palavras, Foram no entanto elas que me caminharam para o aqui, Para o hoje. (Letras-grão, letras-pedra, letras-que-desenham-o-caminho-de-volta, durante a construção do ir…)
Descobri cousas tão importantes que quase não ouso ver. ( ah como convivo mal com esta estranha cobardia de repintar a verdade em cores de aguarela!) . Dizia eu, dizia-te, eu, da descoberta, Imagina,tu que foi preciso viajar para tão de longe, de mim, para dar conta que só me era inteiro com a sombra, Logo eu que não gosto do escuro, porque quando me escondo no negro tenho a tendência louca de me por a sonhar. Foi preciso mergulhar-me para perceber que parte do sentir que me vivia no eu, estava precisamente lá. Na sombra.
Da próxima, levo-te, Comigo, Aprende-se cousas enormes! Até se aprende a ver cor na sombra que nos abraça o eu…
Recebe esta carta, que afinal nada diz, como um beijo.