segunda-feira, outubro 31, 2005

carta a um mouro

Amor meu

É com muita angústia e desespero que te escrevo esta carta
Muitas noites e muitos dias se passaram desde que partiste estrada fora.

A fonte secou, aquela sabes, onde me viste pela primeira vez. Estava eu moura encantada, saciando a minha sede quando te aproximaste de mim.

Todos os dias (re)tomo o mesmo caminho na tentativa desesperada de te ver chegar a galope no teu cavalo preto.
Relembro os beijos apaixonados e as juras de amor.

Mas a fonte secou. Já só tenho sede de ti.
Já não sou moura encantada, vivo amargurada.

Esta leva-o o mensageiro. Os cristãos estão a chegar. Não sei se me encontrarás aqui se algum dia regressares.
Mas volta à nossa fonte. Se encontrares lá água, são as minhas lágrimas.

Maria (a moura)