terça-feira, novembro 01, 2005

O escrever de quem vive dentro de nós

Para ti, minha vida,
sou a criança que ainda olha o mundo que teimas já não querer ver.
Sou quem salta ao pé-coxinho em jogos de recreio e larga as gargalhadas felizes. Sou quem se lança no baloiço a tentar agarrar as nuvens, por isso vem daí.
Sou quem anda no passeio, um pé em cima e outro em baixo, a calcar monstros imaginários. Sei que volta e meia me agarras, quando embrulhas a toalha no cabelo em turbante de sultões e relembras histórias de fadas e princesas e príncipes. Sou quem te fala de ninfas em águas marinhas, que um dia se transformaram por quererem seguir uma paixão, como lias nos livros debaixo dos cobertores.
Podemos montar o cavalo de pau e seguir à descoberta, que dizes? Sei o quanto gostavas de pegar num balão e largá-lo no infinito. Anda lá! Vem saltar à corda comigo, em companhia perfeita. E temos tantos castelos de areia a fazer, nem que depois venha a onda e os leve.
Queres brincar comigo à apanhada ou às escondidas? Eu sei que tu agora vês a vida como um encaixe de legos, mas podemos fazer de conta um bocadinho.
Em jogo de cabra-cega, vamos fintar o crescer. Vamos comer algodão doce…Olha, vamos contar as estrelas?...