quinta-feira, novembro 03, 2005

Mui bela princesa ( resposta a : Carta a um desconhecido)

Estimada princesa, moura
Mui distinta e bela dama, a distância impedem-me de ofertar por mão própria, ramo de papoilas, flor simples e delicada, por isso preciosa e bela.
Deduzo capacidade de imaginação, de tão mourisca donzela, pelo que sei de certeza minha, que está neste momento a recebe-las, tão frescas como foram por mim desenhadas no sentir, que por aqui em terras mais a norte as cores são de Outonos e papoila é só semente escondida dos frios.
Pena a minha, de não ser príncipe-do-tempo, e não poder marcar certezas,nem horas, nem acasos mas, ouvirá, linda moura, por ventura uma guitarra a cantar, quando eu, por sua janela passar, não em corcel negro, mas branco quase lua.
Serei não cavalheiro, porque eterno fugitivo, mas cavaleiro-vento, que afagará os seus suaves cabelos-negros, mas irei sem morada nem destino, caminho único de vagabundo, doença de alma que nasceu no meu sentir…
Não espero resposta, por puro imerecimento, sorrirei apenas com um sinal, um singelo sinal em como, a mui bela donzela recebeu minhas flores e ouviu as lágrimas da minha guitarra…
Deste que a imagina sempre bela, porque trigueira mourisca, que se passeia à janela,
Seu eterno vassalo,
vagabundo-dos-ventos