domingo, novembro 20, 2005

Ao mui galante senhor de Marrriálva

Meu Marialva donairoso,
como são belos vossos fins:
esse vosso falar amoroso,
os vossos galantes latins.

Escrevei, senhor, enfim
muitas cantigas de amores,
que essas me fazem a mim,
abanar-me com calores.

Tanto amor vosso me espanta!
(Carente era a vossa prima)
Eu sei que não é garganta,
É só uma questão de rima.

Não me queixo, vós sabeis
De uma qualquer maleita,
Que meu coração derreteis
E já tendes a cama feita.

Que isso a mim me faz gosto.
Continuai, senhor, a rimar,
O meu coração está posto
Para quem o sabe amar.

Mon Dieu! Mon Marrrrrialvá
Pois continuai-me a ortografar
Dessas belas cantigas, voilà!
Que cá me quedo p’rás olhar.

E aqui vos fico a aguardar
Se tanto há p’ra escrever!
Nunca me façais rabiscar
uma de escárnio e mal dizer.

Com uma vénia me vou
E este meu olhar de pejo,
E por aqui também vos dou
Um grandessíssimo beijo.