quinta-feira, novembro 24, 2005

ás palavras que me fogem

a ti, que não entendes o meu sentir...

Sempre me soube estranho. Até estas palavras que se soltam quase sozinhas as sinto estranhas, porque já ouvidas mil vezes em formas várias de sombras. Talvez seja apenas cansaço, talvez seja um quase nada, mas se há palavra que me irrita o Eu e o ser é essa mesmo…"TALVEZ". Gosto das letras do "QUASE", por que tem caminho. "TALVEZ", perde-se no querer e no horizonte. Dias, seguidos a dias, fui escrevendo com o sentir. Sempre com o sentir. Mas hoje, germinou em mim uma negritude inexplicável, por isso não a tento, nem relato. É um quase querer ficar por aqui, como quem corta a dor, como quem fecha uma porta e segue sem olhar o horizonte que se esconde por detrás da sombra-que-se-adianta-nos-passos. Vou por isso ficar por aqui, sem mais letras. Fico com o sonho. O meu. Egoisticamente meu, de um dia me ter deixado enamorar pelas palavras. Talvez esteja cansado, mas vagabundo que sou, vou por aí sem direcção, vou ouvir e ver o existir… Esse mesmo, esse Existir mágico, que tem uma continuidade que nos serena, em que tudo continua, diferente…TALVEZ, mas continua. Sempre. Por isso sorrio mesmo com a dor do fugir. Porque na verdade Fujo, não de mim, mas de um Eu que se envolve no sentir quase cego, quase autista e que flúi em palavras que tomam vida em diabruras que não sei. Dias, seguido de dias… é essa a realidade, é essa a cor com que sonhamos um dia, viver um dia único de cores únicas, exclusivas do sonho que procuramos no EU. Todos os sonhos são diferentes, porque esse instante tem a semente de cada um. Não vou dar nome a esse instante, porque ainda o não sei nem senti, por isso vagabundo-ME, por isso vou por aí. Desta, vez outra,…sem palavras…Só…com o VER! Um abraço Posted by Picasa