desenho, no silêncio do pó...
Tinha saudades, não sei ao certo se de ti, se da tua presença, Do teu estares aí, De teres ruído e existência. Tinha saudades de te saber . Por isso fui de passos ao teu espaço, e por ali fiquei a sentir os silêncios. Os teus e os meus. Juntos na mesma angustia-de-ausência, Tinha luzes de Natal,,, Ainda ( Imagina o tamanho da ausência e da saudade!). Fiquei a respirar e a desenhar, no pó das luzes, Desenhei um piano em cinzas-fumo, Ao longe, de pretos justos, com colar de garganta, cristal, pintei com os reflexos, uma voz de roucos-azuis, Melodia nossa, De sombras, De noite. Mais ao fundo, em janela (in)visível, um mar de gaivotas. Só uma eras tu, Todas as outras,,, som, Teu.Saí sem fechar a porta, Não foi preciso. Fechaste-a tu, no leve de um adeus, em beijo de regresso…