quarta-feira, novembro 09, 2005

a procura de uma cor ( resposta a: as flores)

Pequenina Princesa

Recebi carta em dia escuro, mesmo para vagabundo dos ventos, mas carta é cousa preciosa, trás sentires e afectos e histórias muitas que saltitam nos olhos negros de azeitona de princesa delicada e não há dia escuro que não se ilumine com o seu encantar.
Carta que evoca sonhos, dá vida ao olhar e põe, qual flauta mágica, as letras a dançar , enfileiradas para se acontecerem num era uma vez uma flor-de-azul-mar que não gostava da sua cor e correu terras e vales, na aventura de descobrir , cor outra, ou um novo sentir, que lhe ordenava em sussurro, seguir com o vento empoleirada, em libélula-saltimbanca por esses caminhos fora. Foi toda sorrisos, toda cantares, andou por aí tempos sem tempo. Viu palhaços a sorrir, a chorar, viu cousas que não entendeu, coisas de dor, outras de amor, cousas difíceis de desenhar, cousas ainda, simples, como memino a cantar, como borboleta a desflorar, ou mãe a abraçar menino quase nada que só queria embalar, viu cores muitas, cores de espantar, cores de sangue, cores de estrela... mas... o que a fez parar, foi mesmo um pirilampo perdido na bruma sem luz para o orientar. Pegou nele e levou-o no seu voar. Quando passaram de rés pelo mar, o pirilampo sorriu e pôs-se a brilhar. Que Cor de maravilhar! disse ela, é essa cor que me procuro no olhar…e foi assim que a nossa flor se vestiu do azul-mar que ela foi procurar. Viveu feliz a nossa flor, nesta história que é só isto, coisa simples de explicar: para encontrar o nosso sentir, é preciso partir e procurar…