terça-feira, outubro 31, 2006

Volta...

Já sei pouco...
Cada vez menos... um ou outro passo deste caminho cego, turbulento, espiral de anestésicos e alcool, substancias de controlo do descontrolo.
Sei cada vez menos de como perder...
Creio que me encontro agora tendo já tudo perdido, sobrevivente ao que foi, parte estragada de sonho e quimera, sou sombra, retrato desfocado, longinquo de mim mesmo.
Hoje de repente acordo e chamo o teu nome...
Esta noite persegue-me como um poema que é apenas a métrica sem poema nem vontades. Tenho mil ilusões... quando abro as mãos percebo todas elas uma por uma a levantar voo.
Para lá de mim, despeço-me de mim, encontro-me numa esquina que insisto em abandonar. Pergunto ao espelho "quem és tu" o ser do outro lado, queda-se imovel na minha posição que é a dele. É assim que vivo, imovel, quedo numa posição que não quero mas é minha e o outro lado do espelho sou eu.
Vem! Deixa que chore ao menos esta noite, perdido entre os estilhaços.
Abro a mão, tenho pouco a oferecer.
Sei pouco...
Sim, sei pouco, cada vez menos...
Sei que o céu tem estrelas que estão sempre lá, dia e noite. Sei um pais de inutilidades...
Sei...
Um medo de quem eramos apenas... volta...

by Ar, 31 de Novembro de 2006